O Tratado de Tordesilhas, nome
designado por ter sido assinado na povoação castelhana de Tordesilhas, foi
assinado em 7 de Junho de 1494 pela Castela (parte da atual Espanha) e por
Portugal, ele estabelecia limites dos territórios descobertos chamados “Novo
Mundo” entre os dois países (as duas potências marítimas da época) durante a
expansão marítima, através das navegações. O início da exploração marítima
portuguesa e a intensificação da busca por ouro, marfim e escravos durante o
século XV, aliados à ascensão dos espanhóis no processo de expansão
marítimo-comercial, motivou a assinatura do documento. O acordo dividia o “novo
mundo” em duas partes, as terras a leste pertenciam a Portugal e as terras ao
oeste da linha pertenciam à Espanha. A linha imaginária passava por Laguna. A
assinatura foi intermediada pelo Papa Alexandre VI, que emitiu a Bula Inter
Coetera, a qual estabeleceu uma linha imaginária para dividir o mundo, com o
objetivo de acomodar as aspirações coloniais dos Reis Católicos.
Bula Inter Coetera e
Tratado de Tordesilhas
Folha de rosto do Tratado de
Tordesilhas (1494) - https://pt.wikipedia.org/wiki/Tratado_de_Tordesilhas
Antes mesmo da descoberta de
novas terras, ou do chamado “Novo Mundo”, Portugal e a Espanha acirraram uma
disputa em 1492, com os conhecimentos do navegante genovês Cristóvão Colombo,
do descobrimento da América, a serviço da coroa espanhola, a Espanha imaginava
ter alcançado as Índias e queria garantir seu monopólio de sua exploração. Já
os portugueses desejavam manter e assegurar seu monopólio sobre as rotas
marítimas no sul do Atlântico e também a posse das terras que já suspeitavam
existir a oeste do oceano atlântico. Tordesilhas foi a primeira tentativa de
delimitação de território em que a forma esférica da Terra fez grande
diferença.
Os portugueses sustentavam que
suas terras estavam além do Rio da Prata, o que incluía o atual Uruguay. A
Espanha insistia que suas terras envolviam boa parte da atual Região Sul do
Brasil. Existiam diferenças entre as técnicas náuticas adotadas entre portugueses
e espanhóis, além disso, acredita-se também que existiram erros propositais,
com fins políticos, em certos mapas divulgados na época. O rei D. João V, em
busca de melhor embasamento para negociações com a Espanha, enviou ao Brasil,
em 1729, dois matemáticos jesuítas, Diogo Soares e Domingos Capace, com a
missão de levantar dados mais precisos sobre os limites dos territórios da
América Lusitana. Capace faleceu em 1736, mas Diogo Soares continuou o
levantamento até 1748. Obviamente, os resultados obtidos eram segredo de
estado. Polêmicas sobre a linha da demarcação de Tordesilhas, entre portugueses
e espanhóis, durou até 1750, com o Tratado de Madrid. O limite estabelecido
pelo Tratado de Tordesilhas caiu em desuso quando houve a União Ibérica (1580-1640).
Nesse momento, tanto Portugal como suas possessões passaram a fazer parte da
Coroa espanhola. Os colonos portugueses não precisavam ficar somente na costa e
começaram a se aventurar no interior do território. Com essa expansão, foi
necessário refazer os limites das colônias americanas entre os dois países, o
que ocorreu através do Tratado de Madri, em 1750.
Laguna ganhou um monumento
alusivo ao Tratado de Tordesilhas, em 7 de junho de 1975 foi inaugurado o
monumento, projetado pelo arquiteto e historiador suíço, radicado no Brasil,
Wolfgang Ludwig Rau. O monumento do Tratado de Tordesilhas localiza-se próximo
à estação rodoviária, em frente ao Centro Administrativo Tordesilhas, prédio
onde está instalado o governo municipal.
https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/bula-inter-coetera-tratado-tordesilhas.htm
Fotógrafa: Shayda Cazaubon
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