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quarta-feira, 16 de abril de 2025

CLI - Laguna – História da Cidade de Laguna

 


O navegador português André Afonso Gonçalves é reconhecido como o descobridor da cidade de Laguna, em Santa Catarina, no dia 29 de agosto de 1502.

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=3380167555574921&id=1702491076675919&set=a.1719853741606319&locale=pt_BR

[...]O local onde foi implantada a povoação, no século XVII, é um anfiteatro natural protegido pelos morros da Glória e do Mato Grosso, eixo da praia onde se fixaram colonos vindos da Capitania de São Vicente. Povoado fundado pelo bandeirante Domingos de Brito Peixoto Vicente, em 1678, com a construção de uma capela de taipa dedicada a Santo Antônio dos Anjos, onde está a atual Igreja Matriz Santo Antônio dos Anjos.


Laguna nasceu em terras de disputa colonial, atendendo a uma solicitação do rei de Portugal que desejava expandir a fronteira do Tratado de Tordesilhas, firmado com a Espanha. Com a chegada dos bandeirantes, a vila de origem indígena foi organizada, povoada e se transformou em ponto de partida de expedições. O fundador batizou o lugar como Santo Antônio dos Anjos de Laguna, mas poucos moradores fixaram residências na localidade, nesse período. No início da colonização do Brasil, tal território compunha a parte mais meridional do Brasil, na Capitania de Santana, onde incide a linha imaginária do Tratado de Tordesilhas (1494), separando as terras de Portugal (a leste) e Espanha (a oeste). Do conflito entre metrópoles, uma extensa colônia passava a se formar. Por esse motivo, Laguna tornou-se importante ponto geográfico para Portugal. A linha imaginária passava por Laguna e, atualmente, o monumento do Tratado de Tordesilhas está localizado ao lado da rodoviária, no centro histórico da cidade.

Entre os séculos XVI e XVIII, cerca de 100 mil portugueses se deslocaram para o Brasil, muitos vindos dos Açores. Nessa mesma época, Portugal temia invasões espanholas no Sul do Brasil, principalmente no litoral de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, áreas estratégicas para se chegar ao rio da Prata. O acesso ao litoral permitia o abastecimento das embarcações com água e alimentos. Havia, também, a disputa para alargar as fronteiras da colônia Brasil.

Em 1714, Santo Antônio dos Anjos de Laguna tornou-se vila e, por volta de 1720, iniciaram-se as primeiras expedições para o sul. A partir de então, portugueses e paulistas se instalaram na região que, entre 1740 e 1756, adquiriu importância e prosperou. Os primeiros colonizadores, conhecidos como portugueses dos açores, ocuparam o local onde pescavam e cultivavam o solo, incentivados pela Coroa Portuguesa.

Houve uma grande modificação nos usos e costumes da vila, maior desenvolvimento da agricultura e dos moinhos de farinha de mandioca. Os açorianos adaptaram-se à nova vida e modificaram alguns de seus hábitos, inclusive os alimentares. Substituíram a farinha de trigo, base da alimentação de seu país, pela farinha de mandioca e a carne pelo peixe que era salgado para consumo ou exportação. Até o início do século XIX, a economia continuou sendo de subsistência.

A Revolução Farroupilha, deflagrada no Rio Grande do Sul (1835 a 1845), teve como uma das principais causas as dificuldades econômicas. A economia do Rio Grande do Sul era focada na criação de gado e a sobrevivência do povo riograndense baseava-se na cultura do charque (carne-seca, em outras regiões do Brasil). Os farroupilhas fundaram a República Rio Grandense que precisava prosperar e, para isso, necessitava chegar ao mar, entretanto, o exército do Governo Imperial do Brasil controlava os portos e rios de Santa Catarina.

Anos depois, o porto de Laguna seria transformado em palco da luta separatista travada pelo Rio Grande do Sul contra o Governo Imperial. Em 1839, o revolucionário italiano Giuseppe Garibaldi, David Canabarro, Teixeira Nunes e soldados farroupilhas conquistam a vila de Laguna, declarando a República Catarinense, sob o comando de Jerônimo de Castilho. Canabarro, um dos chefes da revolução vitoriosa, oficia à Câmara, lembrando a necessidade de ser proclamada a independência de Santa Catarina. 

A Câmara de Vereadores de Laguna, presidida por Vicente Francisco de Oliveira, proclamou a independência e criou a República Catarinense ou República Juliana. Ainda em 1839, com apoio Garibaldi, os farroupilhas montaram uma manobra para surpreender os imperialistas navegando pelas lagoas Santo Antônio e Garopaba do Sul, pela barra do Camacho e seguindo pelo rio Tubarão. Anita Garibaldi participou da batalha naval entre farroupilhas e imperialistas. 

Com a derrota dos farroupilhas, todos esses atos foram tornados sem efeito. Nas décadas seguintes, o Governo Imperial realizou uma ocupação mais efetiva do território, com políticas de povoamento para o Sul. Em 1847, Laguna foi elevada à categoria de cidade, por decreto imperial e, nessa mesma época, começaram a chegar os imigrantes europeus (italianos e alemães). Os imigrantes desembarcavam no porto de Laguna e seguiam em ouras embarcações para o interior do país. Inicialmente, pelas lagoas e rios e, mais tarde, utilizavam a Estrada de Ferro Dona Tereza Cristina (construída entre 1880 e 1884).

O desenvolvimento das colônias (Azambuja, Urussanga, Grão-Pará, Princesa Isabel e Braço do Norte)  gerou a produção de alimentos e outros produtos que eram trazidos de trem e escoados pelo Porto de Laguna. Fato que, com a exploração do carvão, elevou Laguna à 4ª posição no Estado quanto à movimentação portuária, na segunda metade do século XIX. O comércio e as indústrias da região, com as companhias de navegação, criaram um fluxo positivo de crescimento econômico para o município.

No final da década de 1950, a cidade decaiu economicamente devido à redução da atividade portuária, enfraquecimento do polo comercial, e fracasso na tentativa de industrialização. A partir da década de 1960, a construção civil sofreu quase que uma total paralisação. A construção da Rodovia BR-101 e abertura ao tráfego da ponte rodoviária da Cabeçuda, deslocou o polo econômico da região sul de Laguna para outros municípios, como por exemplo, Tubarão. Permaneceram, no município, a produção pesqueira e pequenas indústrias de confecções e processamento da fécula de mandioca e arroz[...]

Fonte:  http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/1544/#:~:text=Os%20primeiros%20colonizadores%2C%20conhecidos%20como,moinhos%20de%20farinha%20de%20mandioca

 

Projeto de Lei n. 0060/2023

Institui nova data de fundação da cidade de Laguna e dá outras providências.

Art.1º Fica oficialmente reconhecido como DESCOBRIDOR da cidade de Laguna, o navegador português André Afonso Gonçalves na data de 29 de agosto de 1502.

Art. 2º Ficam oficialmente reconhecidos como os FUNDADORES da cidade de Laguna, os Freis Bernardo de Armenta e Afonso de Lebron, pertencentes a Ordem Franciscana ocorrido na data de 1º de dezembro de 1537.

Art. 3º Ficam mantidas todas as homenagens e reconhecimentos até então conferidos ao bandeirante vicentista Domingos de Brito Peixoto, que passará a ser considerado como o “POVOADOR” do município de Laguna.

Art. 4º Fica reconhecida como data de fundação da cidade de Laguna a data de 1º de dezembro de 1537, que passará a ser comemorado como feriado municipal.

Art. 5º Fica excluído o 29 de julho como feriado municipal, permanecendo apenas como homenagem à implantação da República Catarinense, proclamada por esta câmara de vereadores na histórica sessão de 29 de julho de 1839.

Art. 6º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Rodrigo Bento

Vereador

Fonte: https://www.camaradelaguna.sc.gov.br/proposicoes/Projeto-de-Lei/2023/1/0/15009

Fonte: http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/1544/

Fontes: Arquivo Noronha Santos/Iphan e IBGE


Fotógrafa: Shayda Cazaubon

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