O Cemitério Cemitério Municipal São Francisco de Assis e um Cemitério Secularizado, um espaço que reflete a organização da sociedade local e abriga seus cidadãos na finitude da vida. Cada edificação tumular e sua arte identifica a posiçao social e politica dos grandes vultos das cidades de Desterro e de Florianopolis, bem como a simplicidade tumular dos menos abastados. Observou-se uma vasta fonte de conhecimento atraves da arquitetura, esculturas feitas em mármore de anjos, figuras femininas e inúmeros elementos decorativos em lápides, epitáfios com inscrições, fotografias, crucifixos, flores, imagens de santos que, em conjunto com o paisagismo formam o patrimônio, a riqueza cultural material e espiritual, nos diferentes períodos de edificação. A arte tumular esta inserida em uma cronologia, ou seja o gosto familiar e o artesão da época, mas sempre representam a religiosidade e seu entendimento da morte. E lastimável o descaso com os objetos de arte, pois muito estão em situaçao de deterioraçao pela atuação dos efeitos do intemperismo nos aspectos: fisico (provocado por forças físicas que acabam gerando modificações na rocha); químico (reações químicas que acontecem entre os minerais constituintes das rochas); biológico – (invasao de organismos vivos que se acumulam ao material pétreo). Sabe-se que a restauraçao dos objetos é um encargo de alto custo para familiares, mas obras danificadas perdem seu valor estético.
O Primeiro Cemitério Publico foi construído em (1840), no Morro do Vieira cabeceira da Ponte Hercílio Luz, um espaço destinado àqueles que professavam a fé católica.
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Em virtude deste fato, os
protestantes adquiriram um terreno ao lado e ali construíram sua necrópole que
recebeu o nome de Cemitério do Alemão (1863) que embora fosse um cemitério
particular aceitava. outros seguimentos religiosos.
Com a necessidade da
construção da ponte Hercílio Luz os dois cemitérios foram transferidos para o
segundo cemitério, “São Francisco de Assis”, no Itacorubi, em 18/11/1925. O
governo de local optou por ofertar as “irmandades
Nossa Senhora do Rosário, Nossa Senhora do Parto, Mont Serrat, Santíssimo
Sacramento, Comunidade Alemã, Ordem Terceira e Espírito Santo áreas separadas
para uso” (Edna Teresinha da Rosa - Dissertação de Pós-Graduação em Geografia
da UFSC).
Seu interior possui uma bela
arborização, que traz bem-estar, visual agradável e sombra para os que visitam
seus mortos e sentam nos bancos ali localizados. O espaço é distribuído entre
praças, alamedas, quadras, comunidades e gavetas. Ao lado do muro lateral,
catacumbas destinadas às Irmandades, posteriormente jazigos temporários ou permanentes,
após as covas rasas. As primeiras quadras foram destinadas aos católicos. A
riqueza em mármore nos seus diversos tons se evidencia em 90% nos túmulos.
Uma das comunidades que me chamou a atenção foi da etnia
alemã, localizado em uma alameda a direita, por sua arquitetura funerária,
limpeza e organização, bem como, pelo atendimento do funcionário responsável
pela área, Sr. José, em responder meus questionamentos. O mesmo informou que esta comunidade é administrada
pela ACCAF Associação Cemitério da Comunidade Alemã de Florianópolis e o
municipal, pela Secretaria de Serviços Públicos (SESP).
O Cemitério “São Francisco de Assis” também, tem suas lendas história e estórias, provenientes do registro de mortes que envolveram, pessoas famosas de Florianópolis e que com o passar dos anos são consideradas, santificadas, pois atendem pedidos e fazem milagres. Leiam esta reportagem onde o senhor Ênio Vilpert partilha seus preciosos conhecimentos: Fonte: http://horadesantacatarina.clicrbs.com.br/sc/geral/noticia/2016/11/a-historia-escondida-do-cemiterio-sao-francisco-de-assis-8112802.html
ARTE FUNERÁRIA
Antes de adentrar na
arte funerária se faz necessário dissertar, sobre aspectos que são alicerces do
tema:
O que é a Morte?
A morte sempre teve lugar de
destaque nas antigas civilizações, nas crenças, ritos e tradições. Torna-se
necessário refletir sobre a efemeridade da vida e sua sombra, a morte, para
administrar as sensações, emoções e sentimentos pertinentes à perda e luto. Seu
conceito refere-se à cultura de cada povo, mas para todos é o símbolo da dor.
Na cultura de nossos antepassados a morte era
um processo doloroso, pois o seu derradeiro suspiro ocorria em ambiente
familiar, onde o doente era cercado de atenções. Este processo foi alterado com
o avanço científico e tecnológico, pois os conhecimentos da ciência
proporcionam ao homem, esperanças de cura para suas moléstias e, desta forma, o
homem nega a realidade da morte e as tradições que alicerçaram o passado
criando uma expectativa de imortalidade, mas esquece de que, apenas a alma é
imortal.
O homem teme a finitude de seu
universo íntimo, onde armazena a certeza que a morte é um mistério
indecifrável, a guardiã da chave para a eternidade, o desconhecido.
Ao atravessar dos séculos a morte
teve inúmeras alegorias no mundo Ocidental, um modelo imaginário e descrito,
através das artes, pintura, gramática e retórica, música e literatura. O ícone
da morte é a foice, um manto preto, o qual encobre um esqueleto que perambula
no inconsciente individual. Quem diz que a morte é negra, que carrega uma foice
para ceifar vidas? O homem e sua imaginação que sem controle ocasiona,
distúrbios nas emoções e desta forma deleta, a morte em seu consciente.
O que representa o cemitério?
A etimologia da palavra cemitério é derivada do latim “coemeterium” e do grego “koimetérion”, um lugar de repouso, moradia dos antepassados, onde o passado e o presente têm encontro marcado, para o homem se permitir aos ritos religiosos, às lembranças, à memória, às lágrimas e à oração. É considerado o local onde se abriga os mortos, o lugar mais antigo e próximo na história do homem, pois desde que existe vida, existe a morte. Para muitos é um local sagrado e chamado de Campo Santo, para alguns, a Cidade dos Mortos, pois seu espaço geográfico é dividido por áreas, cada área com avenidas, ruas e números de identificação.
As sociedades diversificam seu
entendimento sobre morte e seus rituais, de acordo com suas crenças, mas sabem
que existe necessidade de uma necrópole para os mortos, de preferência, longe
dos centros urbanos. Desta forma surgiram, os cemitérios extra muros, afastados
do convívio dos vivos, mas observa-se que na maioria dos locais, a cidade dos
vivos em sua expansão, se direciona à necrópole dos mortos.
Os cemitérios são fontes
inesgotáveis de informações para àqueles que desejam dedicar-se à pesquisa como
arquitetura, geografia, tipologia tumular, símbolos, alegorias, estatuárias,
lápides, etnias, grafologia, epitáfios, etc., bem como, cultos religiosos e
fonte de aprendizado por seu valor histórico e artístico.
A arquitetura tumular engloba a
arte neoclássica que resgata os valores estéticos relativa a civilização da
antiguidade clássica entre o século XVIII até meados do século XIX, a arte
eclética, a mistura dos estilos arquitetônicos gótico, barroco e neoclássica no
final do século XIX até o início do século XX e a arte moderna, na utilização
do ferro e concreto armado nas formas simples, geométricas e sem ornamentos, a
partir do final do século XIX.
Desta forma conclui-se que, o
cemitério é um patrimônio cultural. O
patrimônio cultural material é classificado de acordo com sua natureza:
paisagístico (espaços abertos que preservam suas áreas verdes); etnográfico
(cultura dos povos); histórico (nesses espaços que repousam os restos mortais
de pessoas, ilustres ou não, que contribuíram de alguma forma para a história
da cidade); belas artes (manifestações artísticas de natureza visual como a arquitetura tumular com função
ornamental), pela sua riqueza de elaboração, no uso de rochas metamórficas e
ígneas e, especialmente, em ferro fundido e forjado e metais, etc.). Eles estão divididos em bens
imóveis (construções, de modo que se não possa retirar sem destruição, modificação,
fratura ou dano); núcleos urbanos (localização); e bens individuais como:
documentos (acervos); arquivísticos (informação em qualquer tipo de suporte);
fotográficos (imagens).
O patrimônio cultural imaterial nos cemitérios
insere-se no respeito aos espíritos dos ancestrais, às celebrações dos rituais
religiosos, aos saberes e fazeres das práticas culturais coletivas, a
historicidade da sociedade local, ou seja, um memorial de sensações vividas
pela sociedade da época e sua preservação deve ser vista, como questão de
cidadania.Os bens patrimoniais materializaram os símbolos de uma sociedade, que
alimenta a memória coletiva a qual está em permanente evolução, atrelada às
lembranças e ao esquecimento no inconsciente, entre lacunas e o renascer.
O patrimônio ceminterial está sob
a proteção de decretos e leis do Centro do Patrimônio Mundial da Organização
das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). No Brasil
temos a Associação Brasileira de Estudos Cemitérios (ABEC), fundada na
Universidade de São Paulo, com o apoio do Governo Federal.
Arte Funerária
Os adornos colocados nos túmulos fazem parte da cultura humana desde os primórdios, pela necessidade que o homem tem de manter viva a imagem do seu semelhante morto e, no caso das pessoas mais abastadas, a necessidade de monumentalizar-se perante a comunidade, ou seja, eternizar a sua posição de destaque na sociedade do qual fazia parte. Esta arte revela a cultura de etnias em seu contexto histórico, ideológico, social e econômico, no entendimento de vida e morte. As tipologias usadas: o mármore, granito, ferro fundido, bronze e os objetos são colocados em cima de sepulturas, para preservar a memória coletiva para futuras gerações. A nobreza ostentava como símbolos seus brasões e burguesia demonstrava sua importância, através da suntuosidade.
Obs. O texto acima descrito foram recortes de meu TCC (2015), no Curso de Bacharelado em Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis (UFPel) - HOMENAGEM PÓSTUMA NO CEMITÉRIO DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE PELOTAS: SIMBOLOGIA DO MONUMENTO AOS QUE MORRERAM IGNORADOS.
Arte funerária no Cemitério de
Itacorubi
Observou-se no cemitério uma
vasta fonte de estudo sobre a Arte Funerária, na arquitetura, em esculturas
feitas em mármore de anjos, figuras femininas e inúmeros elementos decorativos
em lápides, epitáfios com inscrições, fotografias, crucifixos, flores, imagens
de santos que, em conjunto com o paisagismo formam o patrimônio, a riqueza
cultural material e espiritual, nos diferentes períodos de edificação. Por não
conhecer a história de Santa Catarina e o inventário do referido cemitério é impossível
fazer uma “leitura das obras de arte” dentro da cultura Catarinense. Desta forma citarei apenas, elementos
encontrados sob o aspecto da iconografia, que trata de representações por meio
de imagens (representação de alguma coisa ou pessoa) e ícones (estampa,
estátua, escultura, símbolo religioso), de acordo com meu aprendizado na Disciplina de Iconologia e pesquisas sobre o assunto.
Tipologia cristã – A figura de um Anjo de pé, com asas
abertas como se fosse alçar voo. Sua cabeça está reta com uma tiara que prende
cabelos encaracolados e uma estrela de cinco pontas, uma ponta para cima é
atrativa de energias cósmicas benéficas. Sua boca está fechada com lábios
grossos, queixo arredondado, pescoço curto e roliço. Sua expressão facial é de
resignação. Seu braço direito está erguido, a mão direita está com os dedos, médio,
anular e mínimo fechados, o polegar reto e o indicador apontam para o céu com
relação ao percurso da alma do falecido por ter sido uma pessoa boa. O braço
esquerdo está dobrado e seus dedos estão flexionados e segura uma faixa por
cima do panejamento que é comprido, possui pregas verticais com leve ondulação.
A missão dos Anjos é cuidar da alma da
pessoa e garantir boa travessia.
Tipologia cristã - Medalhão com a
cabeça de Jesus fixada no centro de uma cruz. A cabeça está levemente inclinada
para a direita, olhos semicerrados, sobrancelhas espessas, barba curta, cabelos
longos cacheados, lábios entreabertos, expressão facial de sofrimento.
Tipologia cristã - Uma cruz latina de cimento que simboliza
sorte e esperança. Representa
a interseção do plano material com o transcendental em seus eixos
perpendiculares.
Tipologia cristã - Representa o Sagrado Coração de Jesus em frente
uma cruz latina em suporte de mármore. A cabeça está levemente inclinada
para a esquerda, o cabelo é longo e cacheado e repartido no meio na cabeça. Os
traços faciais mostram um rosto afinado, queixo alongado. As sobrancelhas estão
levemente arqueadas, os olhos abertos e o olhar de sofrimento e resignação
dirigido para baixo. Nariz longo, narinas alongadas, boca com lábios grossos fechados,
bigode e barba espessa, pescoço longo e bem torneado. O panejamento é pesado com
pregas verticais que moldam seu corpo e com dobras nas mangas longas. O manto
cai sobre os ombros e cobre seus braços formando umas leves ondulações. O braço
direito está ao longo do corpo com a mão de dedos longos espalmada, para baixo
onde observa-se uma chaga. O braço esquerdo está dobrado e sua mão está com os
dedos polegar e indicador voltados para o símbolo do Sagrado Coração de Jesus,
os dedos médios e anular dobrados e o mínimo flexionado. As pernas são longas e eretas e os pés estão
descalços. A inscrição no epitáfio
“Ad Luchem” está escrita em Latim e significa, “à luz”.
Tipologia cristã – Imagem de Anjo fixada em pedra, com asas
abertas, cabeça inclinada para baixo, cabelos longos sobre os ombros, orelhas
descobertas, sobrancelhas finas, ombros nus, olhos abertos, um olhar sereno,
nariz arrebitado, boca fechada com lábios finos, pescoço curto delineado.
Panejamento comprido, leve, com pregas verticais ondulantes, tiras e arremate
superior bordadas, mangas compridas e largas. O braço direito está levemente
dobrado e a mão direita com os dedos mindinho, anular e medio flexionados e,
entre o polegar e o indicador segura, ramalhete de rosas que representam a glória do Paraíso.
O braço esquerdo está ao longo do corpo com a mão espalmada para a terra e
mostra o caminho espinhoso traçado durante a vida até a glória maior.
Tipologia Alegórica - O ornamento do túmulo é uma estátua de criança
orante de pé apoiada, em mármore e representa pureza, normalmente estão
presentes em túmulos de crianças ou natimortos. A cabeça ereta com cabelos
crespos, rosto arredondado, sobrancelhas ligeiramente arqueadas, olhos abertos
com pupilas escuras, orelhas descobertas, nariz pequeno com narinas alongadas, pescoço
grosso e delineado, com um crucifico pendurado. Sua expressão facial é
meditativa em oração por familiares e pelo encaminhamento do espírito. O panejamento
solto tem uma gola bordada e vai até a metade da perna na frente e mais longo,
na parte atrás. As mangas curtas são dobradas nos braços. As pernas estão retas
e os pés descalços. Na lápide está escrito o nome, data nascimento e óbito.
Tipologia cristã - Cruz latina rústica em suporte de madeira
fixada em pedras, instrumento de condenação à morte nos tempos de Jesus, ela
nos lembra o supremo sacrifício que Jesus ofereceu pelos pecados de todo mundo,
a ressurreição e esperança da vida eterna. O homem e semelhante a árvore em seus ciclos
de vida, nascer, viver e morrer e o galho em sua volta simboliza a morte. Sua
fixação em pedras é inerente a sociedade da época e o pergaminho representa a lápide
que pelo mau estado de conservação está ilegível.
Tipologia crista - Anjo sentado em bloco de mármore, com as
asas em repouso. Sua cabeça com cabelos encaracolados repartidos ao meio é inclinada
para baixo. O rosto e alongado e termina em ponta no queixo. Orelhas cobertas, sobrancelhas
finas, olhos semiabertos com as pupilas escuras. Nariz fino com narinas alongadas,
covinhas em baixo do nariz, pescoço longo e torneado, boca bem fechada com lábios
grossos. Sua face com o olhar em direção a terra denota sofrimento e dor. O
panejamento superior pesado possui ornamentos com motivos florais e pregas
verticais, a parte inferior o tecido tem pregas verticais que denotam leve
movimento e a barra tem o mesmo bordado do panejamento superior. Seus braços estão
nus, o direito dobrado com o cotovelo encostado no suporte, a mão com os dedos
flexionados apoiada na testa a qual segura uma parte do panejamento. Seu braço esquerdo
está levemente dobrado e segura com a mão reclinada e dedos flexionados, uma
guirlanda de flores com botões de rosas, margaridas e papoulas apoiada na perna
esquerda. A perna direita esta levemente flexionada com o pé coberto e a esquerda
está reta com o pé descoberto, sem sandálias. No lado direito do suporte tem um
ramo de papoula.
Na escultura há vida, pois tem ninhos do pássaro Joao de
Barro, um no colo e outro na cabeça do Anjo, pois no local há flores e árvores.
Tipologia cristã – Túmulo vertical de mármore com um Anjo de
pé e asas abertas, com um festão com papoula entre fitas como símbolo decorativo. Sua cabeça possui
cabelos longos cacheados repartidos ao meio e inclinada. O rosto é alongado e termina em ponta no queixo. Orelhas cobertas, sobrancelhas
grossas, olhos semiabertos com as pupilas escuras. Nariz fino com narinas
alongadas, covinhas em baixo do nariz, pescoço longo, boca fechada com lábios finos.
Sua expressão facial é melancólica. Seu
panejamento tem uma pala bordada com flores, pregas verticais, mangas curtas
dobradas. Os braços estão caídos ao longo do corpo e as mãos seguram um
ramalhete de flores que simbolizam a saudade.
Tipologia cristã, túmulo verticalizado símbolo da Ascenção. Um Anjo Pensativo com asas abertas sentado em
uma pedra com flores no colo. A cabeça está apoiada no braço direito que está
dobrado e o pensamento reflete, sobre os atos do falecido. O braço esquerdo
está dobrado com a mão apoiada no globo que representa vida e morte terrena. Na
volta do globo tem uma grinalda com flores de papoulas. O panejamento e longo e
tem pregas verticais e onduladas que denotam leves movimentos. As mangas são
compridas com punhos bordados igual a barra do panejamento. Sua perna direita
esta reta e a esquerda flexionada, os pés estão descalços. A lápide no túmulo
tem ramo de flores e consta nome, data de nascimento e morte.
Tipologia alegórica – Túmulo vertical em mármore que tem como
ornamento, a Urna Funerária decorada com uma guirlanda floral que representa a
vitória, apoiada em suporte em forma de concha que representa a ressurreição e
coberta por um manto que representa o luto. Encimada na urna tem uma pira com
chamas voltadas para cima que representa a Ascenção espiritual. Na frente tem
uma pranteadora ereta de pé. Suas vestes delicadas com pregas verticais e faixa
na cintura denotam movimento. Sua cabeça está inclinada para baixo e coberta
por cabelos longos com cachos naturais. Seu rosto arredondado com covinhas no
queixo. Nariz fino com narinas alongadas, olhos semi abertos, com pupilas
escuras e lábios fechados. Sua expressão facial expressa a tristeza. Seu
pescoço bem torneado e seus braços estão caídos ao longo do corpo, com as mãos
entrelaçadas e no braço direito carrega, uma guirlanda de rosas e folhagens que
simboliza saudade.
Monumento vertical que simboliza ascensão no suporte de mármore.
O ornamento e uma urna funerária em
forma de vaso e um manto que representa o luto. Suas alças tem o design de
arabesco decorados com folhas de acanto e uma guirlanda de rosas. Nas laterais tem festões com flores presos
com laços de fitas. A lápide contém inscrições com nome da família, data de
nascimento e óbito.
Monumento vertical – que simboliza a Ascenção. Na parte
superior o ornamento tem uma Urna Funerária com arabescos e uma coroa de flores
de perpétua com laço de fita, coberta por um manto que é sinal de luto. Na
parte inferior tem uma coroa de papoula com fitas e dois vasos vazios decorados
com folhas de acanto que representam a separação do corpo e alma e a guirlanda fixada
por fitas que significa homenagem. Na
lápide contém inscrições com nome da família, data de nascimento e óbito.
Tipologia Cristã - Representação da Virgem Maria. No Brasil
há uma preferência pela Nossa Senhora da Conceição Aparecida por ser a
padroeira. Suas vestes são cobertas por um manto desde a cabeça levemente
inclinada para a esquerda com expressão facial meditativa e as mãos, em posição
de oração por seus filhos. As mãos na altura do coração nos falam que a oração
deve ser feita com sinceridade.
Tipologia cristã - Pietá e a escultura de Maria com expressão
facial de resignação, com Jesus recém crucificado nos braços. Maria representa
o desejo de que a alma seja bem recebida. Com sua vestimenta drapeada está
sentada em uma pedra com Jesus deitado em seu colo, com o corpo esquálido e a
cabeça arremessada para trás e enlaçado, pelo braço direito de Maria em apoio às
suas costas. Seu braço esquerdo está direcionado a perna esquerda de Jesus, com
a mão aberta em posição de proteção. Quando esta escultura é colocada em túmulos
significa que, familiares pedem que aquele espirito seja bem recebido.
Monumento vertical que evoca além da individualidade,
a historicidade da trajetória de vida. Na parte superior o elemento decorativo
é uma urna funerária, ornamentada com arabescos, folhas de acanto e na
cabeceira uma coroa de flores que simboliza o ciclo de vida eterna, uma
passagem para nova vida. As quinas estão apoiadas em patas de felinos, para
lembrar que o falecido era o responsável pelo sustento da família. Finaliza
coberta por um manto que representa o luto. Na parte inferior, os elementos
decorativos são a lápide com nome, data nascimento e morte, uma voluta de um
lado e no outro tocha invertida que simboliza que a alma da pessoa falecida
ainda está flamejando na vida eterna. Em baixo da lápide detalhes com folhas de
acanto.
Pranteadora
guardiã do túmulo do Educador e ex-aluno da escola Naval do Rio de Janeiro.
Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/index.php/biblioteca-catalogo?view=detalhes&id=444675
Em sua
lápide está escrito nome, data de nascimento e óbito e acima uma foto em forma
oval do falecido em bronze.
Tipologia Alegórica – Parte I - Pranteadora guardiã sentada na
beira do túmulo feita em bronze. Sua cabeça está ereta e seu olhar direcionado
a cabeceira do túmulo. Entre seus cabelos cacheados tem uma tiara larga com a
palavra “Gratidão”. Sua expressão facial é de resignação e serenidade. Seu
vestuário é leve e mostra suas formas e as mangas são curtas. Seu braço direito
com os dedos flexionados e segura uma coroa de louros, símbolo de grande mérito,
glória e imortalidade.
Tipologia Alegórica
– Parte II - A pranteadora está ereta sentada na beira do túmulo com o braço
direito para baixo e entre seus dedos flexionados está uma palma que simboliza,
o triunfo sobre a morte.
De acordo com informações obtidas no Museu Histórico de Santa
Catarina, em 20/2/2020, o tumulo de Jorge Lacerda, Governador de Santa
Catarina, no período de 1956 a 1958 e falecido em 16 de junho de 1958 foi doado,
pelo decreto nº 58 em 19/6/1958, assinado pelo Prefeito de Florianópolis, Osmar
Cunha. A alegoria representa “uma visão para o futuro”, Anjo doado pelo
escultor Bruno Giorgio.
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