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terça-feira, 3 de junho de 2025

CLIV – LAGUNA – PRAIA DOS BOTOS

A Praia dos Botos, em Laguna (SC), é um local conhecido pela pesca com a ajuda de botos (golfinhos), especialmente a pesca da tainha. A cidade de Laguna tem o título de "Capital Nacional dos Botos Pescadores". A praia é visitada por turistas que querem testemunhar a interação entre os pescadores e os botos. A pesca com botos em Laguna é uma prática secular, com pescadores locais trabalhando em colaboração com os golfinhos para capturar peixes, especialmente tainhas. Os botos conduzem os cardumes de tainhas em direção aos pescadores, que então lançam suas redes para capturá-los. Essa prática é reconhecida como patrimônio cultural imaterial de Santa Catarina e é um importante atrativo turístico para a cidade. Laguna foi declarada Capital Nacional dos Botos Pescadores em 2016.

Está localizada na margem norte do canal dos Molhes. A área oferece águas tranquilas e é um bom lugar para observar a pesca com botos. É um ponto turístico popular, onde os visitantes podem testemunhar a pesca e a interação entre os pescadores e os golfinhos.  A pesca com botos pode ser um exemplo de pesca artesanal sustentável, onde a comunidade local se beneficia da natureza e da colaboração com outros seres vivos. A cidade de Laguna tem uma forte conexão com a pesca e os botos, como evidenciado na 21º Festa da Cultura Açoriana, onde a prática era destaque.  No entanto, há preocupações sobre a conservação dos botos, com alguns ambientalistas alertando sobre a situação dos botos de Laguna, que estão dentro da Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca. O Memorial dos Botos foi criado em Laguna para sensibilizar a população sobre a importância da conservação dos golfinhos, que foram vítimas da pesca ilegal e de outros fatores.























Cemitério dos Golfinhos

 

 

Na praia existe, um local conhecido como "Cemitério dos Golfinhos", que na verdade é um memorial criado para homenagear os golfinhos que morreram, principalmente devido à pesca ilegal com redes de bagre no Rio Tubarão, e para conscientizar sobre a importância da preservação da espécie. Este memorial, que parece um cemitério com cruzes espetadas no solo, com nomes e fotos dos animais mortos, é uma forma de alertar sobre os perigos que os golfinhos enfrentam e de sensibilizar a população para a necessidade de proteger a vida marinha, segundo um artigo do NSC Total.

A ideia de criar o memorial surgiu como uma forma de protestar contra a mortandade de golfinhos na região, principalmente devido à pesca ilegal e à poluição da lagoa. Em 2020, foi criado o Memorial dos Botos na Tesoura, com cruzes espetadas no solo e nomes/fotos dos animais mortos. O memorial tem como objetivo sensibilizar a população e os pescadores para a necessidade de proteger a vida marinha e evitar que mais golfinhos morram vítimas da pesca ilegal.

Existe uma interação peculiar entre os pescadores e os golfinhos, onde os golfinhos auxiliam na pesca, cercam os peixes e os direcionam para as redes dos pescadores.  Os golfinhos são considerados como aliados e até mesmo têm nomes dados pelos pescadores, que os batizam quando filhotes. Essa interação única virou atração turística e é um exemplo de como a natureza e a cultura local podem se integrar.

O memorial é uma forma de homenagear os golfinhos que morreram e de lembrar a importância de proteger a vida marinha. É um grito de alerta para os perigos que os golfinhos enfrentam e para a necessidade de proteger a natureza. A criação do memorial também é uma forma de conscientizar a população sobre a importância da preservação ambiental.


Crédito fotográfico: Shayda Cazaubon Peres

quarta-feira, 16 de abril de 2025

CLIII - FAROL SANTA MARTA

Foto: Bismarck Medeiros Marinho

História do Farol Santa Marta

O Farol de Santa Marta, em Laguna, Santa Catarina, foi construído para guiar os marinheiros e sinalizar a posição da Pedra do Campo Bom. O farol é um símbolo turístico da região e um dos maiores do mundo.  Foi projetado pelos franceses Barbier Bernard e Turenne, Inaugurado em 11 de junho de 1891, Tem 29 metros de altura, Possui 142 degraus em espiral. Uma obra importante pois permitiu a navegação mais segura em alto mar e indicou a posição da Pedra do Campo Bom, que afundou o navio de Giuseppe Garibaldi em 1839. Faz o balizamento da aerovia W14 entre as Áreas de Controle Terminal de Porto Alegre e Florianópolis. A visitação dentro do farol é permitida com agendamento prévio pela Capitania dos Portos. Está situado no Cabo de Santa Marta, em Laguna, no Sul de Santa Catarina. De cima do farol é possível ter uma vista privilegiada do Cabo de Santa Marta e arredores. Em sua construção, O Farol de Santa Marta é a maior estrutura do mundo construída inteiramente com óleo de baleia, segundo a Delegacia da Capitania dos Portos em Laguna (DelLaguna). O óleo utilizado veio da baleia-franca, que costuma migrar para a região no inverno. À noite com céu limpo, o alcance luminoso chega a 46 milhas náuticas ou 85,1 quilômetros. Já o alcance geográfico, visível durante o dia com céu claro, é de 22 milhas náuticas, o que dá 40,7 quilômetros. Próximo à Prainha existem enormes sambaquis, sítios arqueológicos onde as populações pré-históricas usavam como depósito de resíduos. As principais praias do Farol são: Praia do Cardoso, Praia da Cigana, Praia do Farol (ou Prainha), Praia da Teresa, Praia da Galheta, praia do Ipuã e Praia do Gravatá.  O local carrega muitas histórias. Uma delas é a lenda sobre um acidente que teria acontecido em 1737, ao Sul do Cabo. Na ocasião, uma nau espanhola chamada Santa Marta naufragou devido a uma rebelião. Assim, aproximadamente 200 náufragos foram para Laguna, onde buscaram ajuda. Foi a partir dessa lenda que o local foi batizado com o nome de Cabo de Santa Marta.

A vila do Farol de Santa Marta é um lugar único, situada numa península é rodeada por belas praias, promontórios rochosos e imensas dunas, onde o imponente farol se destaca na paisagem, com suas casas coloridas espalhadas nas encostas dos morros com vista para o mar. Cerca de 3 mil pessoas moram no lugar, mas na temporada de verão aumenta muito.

O Morro do Céu proporciona as melhores vistas panorâmicas do Cabo de Santa Marta, da vila e do farol ao longe. É o ponto mais alto da região, proporcionando vistas de 360 graus, com vistas também da Praia Grande e a imensidão de dunas.

Fonte: https://www.viagensecaminhos.com/farol-de-santa-marta-sc/ 


Fotógrafa: Shayda Cazaubon

CLXII – Ponte Anita Garibaldi

 

Prefeitura de Laguna/SC

A Ponte Anita Garibaldi, situada em Laguna, é uma notável obra de engenharia que merece destaque. Classificada como a segunda maior ponte estaiada em curva de todo o Brasil, esta imponente estrutura se estende por uma impressionante extensão de 2,8 quilômetros, oferecendo uma pista dupla que se integra harmoniosamente com a paisagem envolvente. O ponto culminante desta engenharia é, sem dúvida, o seu vão central, que se estende por grandiosos 400 metros, suspenso no ar por 60 robustos cabos de aço. Esta característica singular proporciona uma visão espetacular, tanto para quem atravessa a ponte como para aqueles que a contemplam de longe. Para acentuar ainda mais sua grandiosidade, a Ponte Anita Garibaldi é adornada por duas torres imponentes que se erguem a mais de 50 metros de altura, dominando o horizonte. Essas torres não apenas contribuem para a estabilidade da estrutura, mas também adicionam uma dose extra de esplendor ao cenário circundante. Sem dúvida, representa um triunfo da engenharia moderna e uma preciosidade no patrimônio brasileiro, impressionando a todos com sua magnitude e beleza.


Fotógrafa: Shayda Cazaubon


CLXI – Laguna – Tratado de Tordesilhas

 

O Tratado de Tordesilhas, nome designado por ter sido assinado na povoação castelhana de Tordesilhas, foi assinado em 7 de Junho de 1494 pela Castela (parte da atual Espanha) e por Portugal, ele estabelecia limites dos territórios descobertos chamados “Novo Mundo” entre os dois países (as duas potências marítimas da época) durante a expansão marítima, através das navegações. O início da exploração marítima portuguesa e a intensificação da busca por ouro, marfim e escravos durante o século XV, aliados à ascensão dos espanhóis no processo de expansão marítimo-comercial, motivou a assinatura do documento. O acordo dividia o “novo mundo” em duas partes, as terras a leste pertenciam a Portugal e as terras ao oeste da linha pertenciam à Espanha. A linha imaginária passava por Laguna. A assinatura foi intermediada pelo Papa Alexandre VI, que emitiu a Bula Inter Coetera, a qual estabeleceu uma linha imaginária para dividir o mundo, com o objetivo de acomodar as aspirações coloniais dos Reis Católicos.

Bula Inter Coetera e Tratado de Tordesilhas


Folha de rosto do Tratado de Tordesilhas (1494) - https://pt.wikipedia.org/wiki/Tratado_de_Tordesilhas

Antes mesmo da descoberta de novas terras, ou do chamado “Novo Mundo”, Portugal e a Espanha acirraram uma disputa em 1492, com os conhecimentos do navegante genovês Cristóvão Colombo, do descobrimento da América, a serviço da coroa espanhola, a Espanha imaginava ter alcançado as Índias e queria garantir seu monopólio de sua exploração. Já os portugueses desejavam manter e assegurar seu monopólio sobre as rotas marítimas no sul do Atlântico e também a posse das terras que já suspeitavam existir a oeste do oceano atlântico. Tordesilhas foi a primeira tentativa de delimitação de território em que a forma esférica da Terra fez grande diferença.

Os portugueses sustentavam que suas terras estavam além do Rio da Prata, o que incluía o atual Uruguay. A Espanha insistia que suas terras envolviam boa parte da atual Região Sul do Brasil. Existiam diferenças entre as técnicas náuticas adotadas entre portugueses e espanhóis, além disso, acredita-se também que existiram erros propositais, com fins políticos, em certos mapas divulgados na época. O rei D. João V, em busca de melhor embasamento para negociações com a Espanha, enviou ao Brasil, em 1729, dois matemáticos jesuítas, Diogo Soares e Domingos Capace, com a missão de levantar dados mais precisos sobre os limites dos territórios da América Lusitana. Capace faleceu em 1736, mas Diogo Soares continuou o levantamento até 1748. Obviamente, os resultados obtidos eram segredo de estado. Polêmicas sobre a linha da demarcação de Tordesilhas, entre portugueses e espanhóis, durou até 1750, com o Tratado de Madrid. O limite estabelecido pelo Tratado de Tordesilhas caiu em desuso quando houve a União Ibérica (1580-1640). Nesse momento, tanto Portugal como suas possessões passaram a fazer parte da Coroa espanhola. Os colonos portugueses não precisavam ficar somente na costa e começaram a se aventurar no interior do território. Com essa expansão, foi necessário refazer os limites das colônias americanas entre os dois países, o que ocorreu através do Tratado de Madri, em 1750.

Laguna ganhou um monumento alusivo ao Tratado de Tordesilhas, em 7 de junho de 1975 foi inaugurado o monumento, projetado pelo arquiteto e historiador suíço, radicado no Brasil, Wolfgang Ludwig Rau. O monumento do Tratado de Tordesilhas localiza-se próximo à estação rodoviária, em frente ao Centro Administrativo Tordesilhas, prédio onde está instalado o governo municipal.

 Fontes: https://laguna.sc.gov.br/33144-2/

https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/bula-inter-coetera-tratado-tordesilhas.htm









Fotógrafa: Shayda Cazaubon

CLX – Laguna – História Mercado Central e Docas

 

História do Mercado e Docas em Laguna

O Mercado Público de Laguna, em Santa Catarina, foi inaugurado em 1897 e o Cais do Mercado Público foi construído em 1910 e proporcionou um espaço fechado e coberto para os comerciantes que trabalhavam perto do cais. É um cartão postal da cidade. As Docas do Centro Histórico são uma parte vital da identidade de Laguna, testemunhando séculos de comércio e intercâmbio cultural. Hoje, as docas são um local popular para passeios relaxantes à beira-mar e oferecem uma visão panorâmica da paisagem marítima e usadas por pescadores e pequenas embarcações. Em 2014, o BNDS iniciou a restauração do prédio. Em 2015, as obras foram paralisadas devido a uma investigação da Polícia Federal. Nas décadas de 30, 40 e 50 foi local de grande movimento. Os peixeiros vendiam os peixes em barcos amarrados nas docas.

Aqui está um link interessantíssimo do IPHAN para conhecimento sobre Patrimônio: http://portal.iphan.gov.br/uploads/publicacao/educacao_patrimonial_centro_historico_laguna.pdf


















Fotógrafa: Shayda Cazaubon

CLIX – Laguna – Fonte Carioca

https://www.tripadvisor.com.br/Attraction_Review-g303585-d6537355-Reviews-Fonte_da_Carioca-Laguna_State_of_Santa_Catarina.html

Fonte da Carioca -  Água pura e cristalina no centro histórico de Laguna

A Fonte da Carioca, no centro histórico, foi construída por escravizados em 1863 e Abastece a população com água pura e cristalina, desde os tempos do império. A nascente, no alto do morro, é protegida e seus tanques, revestidos de mármore carrara deixam a água fresca, gelada e saborosa. Foi reinaugurada após as obras de restauro do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Na solenidade, o coordenador nacional adjunto do Programa Monumenta/Iphan, Robson Almeida, comparou o centro histórico de Laguna a uma joia preciosa, principalmente, agora com a fonte histórica. Para garantir a saúde da população, ele afirma que foi comprovada cientificamente, como vertente de água potável.Com arquitetura portuguesa nas cores azule branca, a Fonte da Carioca foi construída em 1863 e ampliada em 1906. Estudos comprovam que são produzidos dois milhões de litros de água por mês. Com a obra, foram colocados 150 metros de canos de aço inoxidável que chegam a oito torneiras públicas do mesmo material. Para a acessibilidade de cadeirantes e pessoas idosas, uma torneira foi instalada num espaço sem degraus. As paredes de tijolo do prédio que protege a fonte foram trocadas por vidros. Assim a população pode visualizar o espaço histórico. Uma nova iluminação completa a beleza do espaço que hoje tem capacidade para armazenar 40 mil litros de água mineral. O projeto da prefeitura de Laguna foi executado pelo Iphan com recursos de F$ 224 mil, seguindo as normas do Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM. A fonte recebeu o nome de Fonte dos Namorados porque era comum as famílias passearem no local para levar água para casa.

Fonte dos namorados:

Na época da colonização, Laguna tinha três fontes de água que abasteciam a cidade. A fonte da Figueirinha, onde Anita e Giuseppe Garibaldi teriam se conhecido, a do Campo de Fora e a da Carioca, a única preservada ainda hoje. O nome de Fonte dos Namorados surgiu por causa dos muitos namoros que começaram no local, já que eram comuns os passeios das famílias que levavam água para casa. Uma das lendas mais conhecidas sobre a Fonte da Carioca é a de que quem bebe de suas águas sempre retorna a Laguna. Essa crença é passada de geração em geração e atrai muitos visitantes que desejam assegurar seu retorno à charmosa cidade

 

A fonte fica ao lado da Casa Pinto Ulysséa. Foi a primeira casa a ser revestida com azulejos vindos de Portugal. A casa foi adquirida pela Prefeitura Municipal na década de 1970 e tombada como patrimônio histórico. No momento, ela se encontrava fechada para visitação e seu estado de conservação não é dos melhores. Foi a 1ª casa da cidade a ter água encanada. Na parte norte do Centro Histórico, ao pé do morro da Fonte da Carioca, uma casa branca e janelas azuis, com azulejos pintados à mão, leva o visitante para uma cidade portuguesa do século XVIII. A popular casa Pinto D’Ulysséa tem as características da arquitetura de uma Quinta portuguesa, nome destinado para residências localizadas no campo. A história da residência remonta ao romance do violonista português Joaquim Pinto de Ulysséa com Alexandrina Dias de Pinto, filha de João Pinho, morador de Laguna. No ano de 1846, o violonista chega a Laguna, por saber ler e escrever, se destaca na Vila, em pouco tempo torna-se um influente comerciante e sua casa uma das mais tradicionais da cidade. A residência foi um presente de casamento da família ao casal, que reformou e ampliou o espaço.














Fotógrafa: Shayda Cazaubon