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quarta-feira, 16 de abril de 2025

CLII – Laguna – Passeio Centro Histórico

O centro histórico de Laguna é um museu a céu aberto, com edifícios que retratam a trajetória da cidade. O centro histórico de Laguna  - tombado pelo Iphan, em 1985 - é formado a partir do porto original e abriga cerca de 600 imóveis. Os 600 prédios tombados no centro histórico de Laguna são casarões, praças, edifícios e outros imóveis. Eles representam a história da cidade, desde o século 19 até o início do século 20. O tombamento é uma ação do poder público para preservar bens de valor histórico, cultural, arquitetônico, ambiental e afetivo para a população. O tombamento impede a destruição ou descaracterização dos bens. No município, existem 43 sítios arqueológicos. A colonização açoriana, no Estado de Santa Catarina, resultou em um belo conjunto arquitetônico cercado por lindas praias, e um dos maiores sítios arqueológicos de sambaquis da América, alguns com 35 metros de altura. A cidade - terra natal de Anita Garibaldi - testemunhou importantes momentos da Revolução Farroupilha (Guerra dos Farrapos -  de 1835 a 1845), e foi a terceira povoação portuguesa o litoral de Santa Catarina.

Possui edificações carregadas de decorações, vidros desenhados e ferros importados: o telhado arrematado com platibandas ornamentais, balaustradas, e calha para escoar a água das chuvas, além de paredes construídas com tijolos e cal, dando maior precisão e diminuindo a espessura. Estes novos elementos marcaram fortemente o patrimônio arquitetônico de Laguna. De seu extenso território original desmembraram-se as capitais Florianópolis (SC) e Porto Alegre (RS).

Durante a segunda metade do século XIX, os comerciantes desfrutaram de uma boa situação econômica que possibilitou melhores condições de vida para população local. Esse período - a época áurea de Laguna – resultou em algumas construções do centro histórico que testemunham a riqueza da cidade. A implantação das novas edificações nos lotes urbanos aos poucos se modificou. As casas térreas e os sobrados passaram a conviver com novos prédios e residências de estilo eclético.

A princípio, eram os porões altos ainda no alinhamento dos lotes. Mais tarde, surgiram os recuos laterais, possibilitando os acessos por escadas junto aos jardins, cada vez maiores e mais imponentes. O espaço urbano alterou-se, significativamente, e passou a incorporar vazios entre as edificações, que antes formavam uma superfície contínua com as fachadas das casas. As construções ecléticas foram locadas, principalmente, na parte mais central do centro, sendo a maioria construída para uso residencial.

Na virada do século XIX para o XX, com o enriquecimento da população, a cidade testemunhou o desenvolvimento urbano e intelectual mais significativo desde a sua fundação. Surgiram, nessa época, o Teatro Sete de setembro (1858), a tipografia do primeiro jornal (1878), o hospital (1879), o primeiro hotel na Rua da Praia, o Cine Central, a iluminação pública a petróleo (1891), o antigo Mercado Público (1893), o Jardim Calheiros da Graça com chafariz, palmeiras e iluminação (1914 e 1915), Biblioteca Pública e o prédio do Banco Nacional do Comércio (1925). 

http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/397/#:~:text=O%20centro%20hist%C3%B3rico%20de%20Laguna,munic%C3%ADpio%2C%20existem%2043%20s%C3%ADtios%20arqueol%C3%B3gicos.




























Bairro Cabeçudas

Cabeçuda é um dos bairros mais emblemáticos de Laguna, Santa Catarina, situado estrategicamente próximo à entrada da cidade e ao acesso principal pela BR-101. Este bairro é conhecido por sua atmosfera tranquila, ruas arborizadas e seu forte vínculo com a história e a cultura local. Com vistas privilegiadas para a Lagoa de Santo Antônio, Cabeçuda encanta pela sua beleza natural e pelo clima acolhedor. A região é ideal para quem busca qualidade de vida em um local que combina paisagens encantadoras e fácil acesso aos serviços essenciais. O bairro mantém uma forte ligação com as tradições lagunenses, sendo um ponto de passagem para quem deseja explorar os atrativos históricos e culturais da cidade. Cabeçuda também é conhecida por abrigar moradores que valorizam o ambiente tranquilo e familiar, mas que ao mesmo tempo desejam estar conectados a outras regiões, graças à proximidade com a rodovia. A Lagoa das cabeçudas é linda.







Fotógrafa: Shayda Cazaubon


CLI - Laguna – História da Cidade de Laguna

 


O navegador português André Afonso Gonçalves é reconhecido como o descobridor da cidade de Laguna, em Santa Catarina, no dia 29 de agosto de 1502.

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=3380167555574921&id=1702491076675919&set=a.1719853741606319&locale=pt_BR

[...]O local onde foi implantada a povoação, no século XVII, é um anfiteatro natural protegido pelos morros da Glória e do Mato Grosso, eixo da praia onde se fixaram colonos vindos da Capitania de São Vicente. Povoado fundado pelo bandeirante Domingos de Brito Peixoto Vicente, em 1678, com a construção de uma capela de taipa dedicada a Santo Antônio dos Anjos, onde está a atual Igreja Matriz Santo Antônio dos Anjos.


Laguna nasceu em terras de disputa colonial, atendendo a uma solicitação do rei de Portugal que desejava expandir a fronteira do Tratado de Tordesilhas, firmado com a Espanha. Com a chegada dos bandeirantes, a vila de origem indígena foi organizada, povoada e se transformou em ponto de partida de expedições. O fundador batizou o lugar como Santo Antônio dos Anjos de Laguna, mas poucos moradores fixaram residências na localidade, nesse período. No início da colonização do Brasil, tal território compunha a parte mais meridional do Brasil, na Capitania de Santana, onde incide a linha imaginária do Tratado de Tordesilhas (1494), separando as terras de Portugal (a leste) e Espanha (a oeste). Do conflito entre metrópoles, uma extensa colônia passava a se formar. Por esse motivo, Laguna tornou-se importante ponto geográfico para Portugal. A linha imaginária passava por Laguna e, atualmente, o monumento do Tratado de Tordesilhas está localizado ao lado da rodoviária, no centro histórico da cidade.

Entre os séculos XVI e XVIII, cerca de 100 mil portugueses se deslocaram para o Brasil, muitos vindos dos Açores. Nessa mesma época, Portugal temia invasões espanholas no Sul do Brasil, principalmente no litoral de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, áreas estratégicas para se chegar ao rio da Prata. O acesso ao litoral permitia o abastecimento das embarcações com água e alimentos. Havia, também, a disputa para alargar as fronteiras da colônia Brasil.

Em 1714, Santo Antônio dos Anjos de Laguna tornou-se vila e, por volta de 1720, iniciaram-se as primeiras expedições para o sul. A partir de então, portugueses e paulistas se instalaram na região que, entre 1740 e 1756, adquiriu importância e prosperou. Os primeiros colonizadores, conhecidos como portugueses dos açores, ocuparam o local onde pescavam e cultivavam o solo, incentivados pela Coroa Portuguesa.

Houve uma grande modificação nos usos e costumes da vila, maior desenvolvimento da agricultura e dos moinhos de farinha de mandioca. Os açorianos adaptaram-se à nova vida e modificaram alguns de seus hábitos, inclusive os alimentares. Substituíram a farinha de trigo, base da alimentação de seu país, pela farinha de mandioca e a carne pelo peixe que era salgado para consumo ou exportação. Até o início do século XIX, a economia continuou sendo de subsistência.

A Revolução Farroupilha, deflagrada no Rio Grande do Sul (1835 a 1845), teve como uma das principais causas as dificuldades econômicas. A economia do Rio Grande do Sul era focada na criação de gado e a sobrevivência do povo riograndense baseava-se na cultura do charque (carne-seca, em outras regiões do Brasil). Os farroupilhas fundaram a República Rio Grandense que precisava prosperar e, para isso, necessitava chegar ao mar, entretanto, o exército do Governo Imperial do Brasil controlava os portos e rios de Santa Catarina.

Anos depois, o porto de Laguna seria transformado em palco da luta separatista travada pelo Rio Grande do Sul contra o Governo Imperial. Em 1839, o revolucionário italiano Giuseppe Garibaldi, David Canabarro, Teixeira Nunes e soldados farroupilhas conquistam a vila de Laguna, declarando a República Catarinense, sob o comando de Jerônimo de Castilho. Canabarro, um dos chefes da revolução vitoriosa, oficia à Câmara, lembrando a necessidade de ser proclamada a independência de Santa Catarina. 

A Câmara de Vereadores de Laguna, presidida por Vicente Francisco de Oliveira, proclamou a independência e criou a República Catarinense ou República Juliana. Ainda em 1839, com apoio Garibaldi, os farroupilhas montaram uma manobra para surpreender os imperialistas navegando pelas lagoas Santo Antônio e Garopaba do Sul, pela barra do Camacho e seguindo pelo rio Tubarão. Anita Garibaldi participou da batalha naval entre farroupilhas e imperialistas. 

Com a derrota dos farroupilhas, todos esses atos foram tornados sem efeito. Nas décadas seguintes, o Governo Imperial realizou uma ocupação mais efetiva do território, com políticas de povoamento para o Sul. Em 1847, Laguna foi elevada à categoria de cidade, por decreto imperial e, nessa mesma época, começaram a chegar os imigrantes europeus (italianos e alemães). Os imigrantes desembarcavam no porto de Laguna e seguiam em ouras embarcações para o interior do país. Inicialmente, pelas lagoas e rios e, mais tarde, utilizavam a Estrada de Ferro Dona Tereza Cristina (construída entre 1880 e 1884).

O desenvolvimento das colônias (Azambuja, Urussanga, Grão-Pará, Princesa Isabel e Braço do Norte)  gerou a produção de alimentos e outros produtos que eram trazidos de trem e escoados pelo Porto de Laguna. Fato que, com a exploração do carvão, elevou Laguna à 4ª posição no Estado quanto à movimentação portuária, na segunda metade do século XIX. O comércio e as indústrias da região, com as companhias de navegação, criaram um fluxo positivo de crescimento econômico para o município.

No final da década de 1950, a cidade decaiu economicamente devido à redução da atividade portuária, enfraquecimento do polo comercial, e fracasso na tentativa de industrialização. A partir da década de 1960, a construção civil sofreu quase que uma total paralisação. A construção da Rodovia BR-101 e abertura ao tráfego da ponte rodoviária da Cabeçuda, deslocou o polo econômico da região sul de Laguna para outros municípios, como por exemplo, Tubarão. Permaneceram, no município, a produção pesqueira e pequenas indústrias de confecções e processamento da fécula de mandioca e arroz[...]

Fonte:  http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/1544/#:~:text=Os%20primeiros%20colonizadores%2C%20conhecidos%20como,moinhos%20de%20farinha%20de%20mandioca

 

Projeto de Lei n. 0060/2023

Institui nova data de fundação da cidade de Laguna e dá outras providências.

Art.1º Fica oficialmente reconhecido como DESCOBRIDOR da cidade de Laguna, o navegador português André Afonso Gonçalves na data de 29 de agosto de 1502.

Art. 2º Ficam oficialmente reconhecidos como os FUNDADORES da cidade de Laguna, os Freis Bernardo de Armenta e Afonso de Lebron, pertencentes a Ordem Franciscana ocorrido na data de 1º de dezembro de 1537.

Art. 3º Ficam mantidas todas as homenagens e reconhecimentos até então conferidos ao bandeirante vicentista Domingos de Brito Peixoto, que passará a ser considerado como o “POVOADOR” do município de Laguna.

Art. 4º Fica reconhecida como data de fundação da cidade de Laguna a data de 1º de dezembro de 1537, que passará a ser comemorado como feriado municipal.

Art. 5º Fica excluído o 29 de julho como feriado municipal, permanecendo apenas como homenagem à implantação da República Catarinense, proclamada por esta câmara de vereadores na histórica sessão de 29 de julho de 1839.

Art. 6º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Rodrigo Bento

Vereador

Fonte: https://www.camaradelaguna.sc.gov.br/proposicoes/Projeto-de-Lei/2023/1/0/15009

Fonte: http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/1544/

Fontes: Arquivo Noronha Santos/Iphan e IBGE


Fotógrafa: Shayda Cazaubon

segunda-feira, 18 de novembro de 2024

Percurso CL - Restauração do Chafariz do Mercado Público de Itajaí

 

Os chafarizes são guardiões da cultura, conectando gerações e contando histórias silenciosas de tempos passados. Sua presença cria uma ponte entre o passado e o presente, lembrando-nos da riqueza histórica de nossas comunidades. De acordo  com o Município de Itajaí “O Mercado Público Velho recebeu, nesta sexta-feira (22/11/2019), a entrega das obras de restauro e conservação do chafariz do Escultor Luigi Collares, feita em 1917, A peça histórica recebeu higienização, decapagem mecânica e química, remoção e desprendimento de intervenções inadequadas, além do conserto de fissuras e rachaduras, do sistema hidráulico, reconstruções volumétricas, acabamento, desmobilização e pintura. A empresa responsável pela obra foi o Atelier Ventos do Norte, do Rio de Janeiro (RJ) e o restaurador Oyama Achcar Pancotti. O investimento do município foi de R$ 17.400,00. Nós estamos muito felizes com o restauro. O chafariz é uma peça muito linda da história do Mercado Público e do município. Foi um trabalho intenso, mas muito recompensador poder vê-lo funcionando novamente”, contou Normélio Pedro Weber, superintendente das Fundações” Fonte: https://itajai.sc.gov.br/noticias/24233/chafariz-do-mercado-publico-volta-a-funcionar-apos-restauracao

 


PERCURSO CXLVIX - História de Itajaí e seu Mercado Público

 

A palavra Itajaí vem do Tupi-Guarani e significa rio que corre sobre as pedras, em menção ao Rio Itajaí-Açu, o maior rio da costa catarinense, que margeia o Município. No decorrer das décadas passou por povoamento, colônias, atividade econômica do comércio,  e a partir de 1823 foi fundada a capela do Santíssimo Sacramento, construída em 1823 e com ela foi criado, o curato, unidade administrativa e pastoral da Igreja Católica, que desempenhou um papel fundamental na formação e desenvolvimento das comunidades), um marco para a história da cidade, pois marcou o nascimento oficial de Itajaí e a primeira organização pública formal da região, em 1860 foi fundado oficialmente o Município.

Os  Mercados localizados em cidades no Brasil têm sua história, os quais, na maioria estão relacionados com a cultura local. A ideia de construir um mercado público em Itajaí surgiu em 1871, mas não prosperou. Em 1894, o comerciante Manoel de Souza Cunha apresentou uma proposta para a construção de um mercado particular, mas não obteve autorização. Em 1897, Pedro Ferreira obteve a concessão dos terrenos de marinha na "Praia do Rio". A obra foi autorizada em 1915 e o mercado foi inaugurado em 1º de janeiro de 1917. O mercado foi construído para sanear o comércio de carne e peixe, que era feito em bancas nas ruas. A arquitetura do mercado foi influenciada por elementos germânicos e açorianos. Como outros Mercados no Brasil  foi, palco de incêndios em 1936 e 1939, que alteraram a sua fachada e telhado. Em 1997, o mercado passou a abrigar o Centro de Cultura Popular. O mercado é tombado por sua importância histórica, artística e cultural.  É conhecido por sua gastronomia e cultura, desta forma, atrai visitantes de todo o mundo. No local, é possível saborear comidas típicas, comprar artesanato local e assistir a apresentações de músicos e artistas regionais. O município de Itajaí conta com dois órgãos responsáveis pela gestão histórico-cultural da cidade, um que trata com especificidade sobre o patrimônio histórico – a Fundação Genésio Miranda Lins (FGML), e o outro órgão responsável pela fruição, acesso e outras demandas da cultura local, que é a Fundação Cultural de Itajaí (FCI). A FGML foi o primeiro órgão público voltado aos fins culturais. Em todos esses anos, a fundação incentiva, apoia, promove e patrocina ações voltadas ao patrimônio cultural local. Itajaí dispõe de dezoito bens tombados por legislação municipal e estadual, os quais são descritos a seguir: Mercado Público Municipal / Centro de Cultura Popular - Decreto n.º 5755 de 17 de dezembro de 1998, Mercado Velho - Localização: Praça Felix Busso Asseburg e Decreto n.º 3460 de 23 de novembro de 2001 - Uso Atual: Centro de Cultura Popular Mercado Velho.  Com relação ao conceito de memória e história, Nora (1993, p. 09) contribui sinalizando que “A memória é um fenômeno sempre atual, um elo vivido no eterno presente; a história, uma representação do passado” e assim, se preserva a cultura de Itajaí, para próximas gerações. No último sábado estive presente a noite, em uma apresentação de “samba raiz” apresentado por uma grupo fantástico: https://www.instagram.com/familiaoliveira_blumenau/











segunda-feira, 29 de julho de 2024

PERCURSO CXLVII -- II Virada Cultural - Antonieta de Barros – Florianópolis

 


Antonieta de Barros

Nasceu no dia 11 de julho de 1901, Este ano comemora os 123 anos de seu nascimento.

O Evento tem como objetivo homenagear a educadora, escritora, jornalista e política catarinense. Antonieta de Barros, mulher negra, filha de uma ex-escravizada que aprendeu a ler e escrever e acreditava que, a educação era um meio de transformação social, desta forma criou uma escola para alfabetizar pessoas carentes. Defendia a justiça social e criticava, o racismo e o machismo. Foi deputada estadual em dois mandatos, uma de suas propostas foi a criação do Dia do Professor e sua celebração em 15 de outubro. Antonieta de Barros nasceu no dia 11 de julho de 1901, este ano comemorando os 123 anos de seu nascimento. A apresentação da roda no dia 28 de julho é para homenagear Antonieta de Barros e todas as mulheres negras que combatem o racismo estrutural presente na sociedade catarinense.

As apresentações ocorreram em frente ao Bar Bugio, local de encontro do povo e a cultura na Rua.

 

Evento – Saia do Mar - Coco de roda

Sua origem data do século XV e foi criado a partir dos batuques e umbigadas de origem africana, além das trocas de experiências com indígenas. Manifestação cultural que mistura dança, música e poesia, o samba de roda nasceu no Recôncavo Baiano e se expandiu pelo país. O gênero musical é uma grande referência e ganhou no ano de 2008 o título de Patrimônio Imaterial da Humanidade. “O Samba de Roda do Recôncavo baiano integra os bens inscritos na Lista Representativa do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, foi a segunda manifestação a ser registrada no Livro das Formas de Expressão do Patrimônio Nacional e como expressão musical foi a primeira no País”. Fonte http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/1180#:~:text=O%20Samba%20de%20Roda%20do,foi%20a%20primeira%20no%20Pa%C3%ADs.

É uma manifestação que acontece em festas e durante cultos religiosos do candomblé e umbanda, o samba de roda recebe esse nome, pois seus participantes se organizam em círculo para cantar, tocar, dançar e bater palmas. A pessoa que fica no meio da roda tem sua participação com a famosa umbigada e convoca um novo dançarino para o meio. Os músicos tocam diversos instrumentos como viola, o atabaque, violão, pandeiro, berimbau, ganzá, reco-reco e o agogô. O estilo musical apresenta duas variações principais. O grupo Coco de Roda Saia do Mar apresentou o samba corrido, as palmas e a música acontecem ao mesmo tempo. No samba corrido, as pessoas podem sambar e tocar ao mesmo tempo.




 

 Evento -  Grupo MITTOS – Morro do Mocotó  - https://www.facebook.com/grupomittos/


O Projeto Social desenvolvido no Morro do Mocotó – Florianópolis muda, a realidade de crianças, pois está direcionado às crianças e jovens. Diversas oficinas são oferecidas para que as crianças possam aprender e crescer sendo incentivadas a buscar um futuro melhor. A ACAM (Associação de amigos da Casa da Criança e do Adolescente do Morro do Mocotó) sobrevive com voluntários, e cuida de mais de 200 jovens, entre crianças e adolescentes. Suas atividades tem como objetivo “que a verdadeira riqueza cultural reside na coletividade e na partilha e ressalta, a importância da oralidade na preservação da herança cultural e a força das histórias em unir e educar uma comunidade”. A Associação atende um número maior de crianças a cada ano, por isso os responsáveis pelo local promovem eventos para arrecadar fundos. O Grupo de dança criado na comunidade do Morro do Mocotó desde 1996. Em nome da presidente do grupo Mittos, Ana Cristina agradece, os 24 anos de existência do balé afro e orixás. " A dança no Candomblé simboliza a harmonia do físico com o sagrado. O Candomblé é uma religião rara, onde as divindades dançam e convivem com os humanos!". Por pertencer ao Candomblé autentico, a belíssima dança e homenagem aos nossos ancestrais.

Observa-se em Florianópolis, a falta de interesse pela cultura por algumas instituições governamentais e esquecem que a Constituição Federal, promulgada em 1988, por meio do Artigo 215, estabelece que é dever do Estado garantir “a todos o pleno exercício dos direitos culturais e o acesso às fontes da cultura nacional e apoiar, a valorização e a difusão das manifestações culturais”. No Estado de Santa Catarina foi criada a Fundação Catarinense de Cultura, “Pessoa jurídica de direito público, criada oficialmente em 24 de abril de 1979 pelo Decreto Estadual nº 7439 e mantida pela Lei Complementar 381/2007. Como órgão de administração indireta, está vinculado à Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte (SOL), órgão que define as políticas de apoio a cultura, cuja execução é de competência da FCC”. Mais uma Lei foi criada, “ Lei nº 8.313, em 23 de dezembro de 1991 - mais conhecida como Lei Rouanet - sancionada com o objetivo de fomentar a atividade cultural no Brasil, instituiu o Programa Nacional de Incentivo à Cultura. O Governo Catarinense tem o dever de distribuir as políticas públicas principalmente, para os locais que trabalham com a finalidade de transmitir conhecimentos para sua comunidade e formar indivíduos capacitados para o futuro como, o Projeto Cultural desenvolvido no Morro do Mocotó, para salvaguardar seu Patrimônio Imaterial - os saberes, os modos de fazer, as formas de expressão, celebrações, as festas e danças populares, lendas, músicas, costumes e outras tradições.

 








PERCURSO CXLVI - Santo Antônio de Lisboa – Apresentação da Dança “Bumba meu Boi”

Santo Antônio de Lisboa é um distrito, bairro e praia da cidade de Florianópolis, capital do estado brasileiro de Santa Catarina. Antigo núcleo de imigração de açorianos, é considerado um bairro histórico e turístico. Em um passeio por Santo Antônio de Lisboa assisti a Dança do Bumba meuHistoriadores estimam que a dança do bumba meu boi surgiu no século XVIII, na região Nordeste. Nesse período, o boi tinha uma importância significativa, fosse pela sua simbologia, de força e resistência, ou fatores econômicos, já que havia grandes criadores de gado e colonizadores que faziam uso de mão de obra escravizada. Sua dança é resultado da união de elementos das culturas europeia, africana e indígena, com maior ou menor influência de cada uma dessas culturas. O costume foi intensificado pelos jesuítas, que através das danças e pequenas representações, desejavam evangelizar os negros, indígenas e os próprios aventureiros portugueses. A lenda  registra  que,  um rico fazendeiro possui um boi muito bonito, que inclusive sabia  dançar. Em sua fazenda tinha um trabalhador que roubou o boi para satisfazer sua mulher Catarina, grávida que sente uma forte vontade de comer a língua do boi. O fazendeiro manda seus empregados procurarem o boi e quando o encontra está doente. Os pajés curam a doença do boi e descobrem a real intenção de Pai Chico, o fazendeiro o perdoa e celebra a saúde do boi com uma grande festividade. É reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e como Patrimônio Cultural do Brasil, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). As denominações variam de Estado para Estado. Além do folclore, ao caminhar pelas ruas observou-se, tendas de artesanatos inclusive uma rendeira em seu trabalho, confecção da renda de bilro, uma manifestação cultural caracterizada como artesanato, porém, a sobrevivência da renda de bilro depende fundamentalmente do interesse de pessoas em aprender a tecer e ensinar a outros que continuem esse mesmo movimento. Em rápido bate-papo com D. Maria em seu trabalho ela afirmou com um olhar triste que, ninguém quer mais aprender a fazer a renda de bilro. Desde 2019 a Renda de Bilro Tramoia está em processo para ser reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial de Florianópolis junto ao IPHAN, pois, justifica-se na defesa que que este tipo de trabalho com os Bilros só é feito no Brasil, pelas Rendeiras de Florianópolis.