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terça-feira, 26 de março de 2024

Percurso 9 - Buenos Aires - Cemitério La Recoleta

Localizado no próspero bairro que lhe dá nome, o Cemitério La Recoleta é o lugar de descanso eterno onde diferentes personalidades da história da Argentina se misturam com cidadãos anônimos que tiveram condições financeiras de pagar por esse luxuoso lugar. Em sua entrada principal tem uma frase em latim “Resquiescant in Pace” (Descanse em paz). No início do século XVIII, os frades da ordem dos Recoletos Descalços se instalaram na região, onde construíram uma igreja e um monastério. Em 1822, a ordem foi dissolvida e, no local, foi criado o primeiro cemitério público da cidade. As impressionantes esculturas e os surpreendentes mausoléus criam um especial museu ao ar livre, que oferece a possibilidade de ver uma completa aula de arte e história sobre a cidade. O cemitério está em um terreno de mais de 50.000 metros quadrados, ao longo dos quais se espalham mais de 4.800 abóbadas de tumba. Mausoléus de mármore, bronze, grandiosos templos gregos e pequenas pirâmides egípcias convivem com túmulos monumentais e de estilo art nouveau.

As grandes avenidas e os estreitos corredores do cemitério levam os visitantes às tumbas de diferentes personagens bastante conhecidos, entre os quais se destacam Eva Perón (Evita), Carlos Pellegrini, Nicolás Avellaneda e Bartolomé Mitre.

“Recentemente destacado como um dos cemitérios de arquitetura mais interessante do mundo, por Architectural Digest, o cemitério La Recoleta, localizado adjacente à Praça Intendente Torcuato de Alvear do bairro Recoleta, conserva uma grande trajetória histórica que se manifesta em todas as personalidades políticas e intelectuais que descansam nele. Os mausoléus de mármore, as numerosas abóbadas e as estátuas realistas provocam uma atmosfera única que torna o cemitério uma visita obrigatória em Buenos Aires.

A 'cidade de mortos dentro de uma cidade' projetada pelo arquiteto e engenheiro francês Prosper Catelin, baseado no cemitério parisiense Père-Lachaise, foi construída em 1822, como o primeiro cemitério público da cidade. Implanta-se sobre o que costumava ser o jardim da Basílica de Nossa Senhora do Pilar - atualmente Monumento Histórico Nacional - construído pelos monges da Ordem dos Recoletos em 1732. Encontram-se túmulos de personalidade que participaram ativamente da história argentina, como importantes políticos, (Eva Duarte de Perón), escritores (Silvina Ocampo e Adolfo Bioy Casares), médicos, artistas, prêmios Nobel (Carlos Saavedra Lamas e Luis Federico Leloir), esportistas e empresários.

A entrada principal se dá através de um pórtico concluído durante uma de suas reformas, em 1881. As evidências das duas grandes reformas podem ser observadas nas datas gravadas sobre o piso: 1881 e 2003. No total, são mais de 4.000 abóbadas e mausoléus de mármore decorados com estátuas organizadas - assim como em Buenos Aires - em um traçado retangular de quadras e ruas. Entre os elementos decorativos que se apresentam, distinguem-se diversos estilos que vão desde o Gótico ao movimento Art Deco. Atualmente é o cemitério mais visitado da cidade e merece um passeio arquitetônico por sua quadrícula tradicional e decorada, que evidencia o auge econômico nesse contexto histórico argentino e é reflexo da competência das famílias por pertencer à memória do país.”

Fonte: Autor - Fabian Dejtiar – https://www.archdaily.com.br/br/802490/a-historia-do-cemiterio-la-recoleta-um-dos-mais-incriveis-do-mundo

Quando os ricos e poderosos da Argentina descansam em paz, eles o fazem com estilo. O Cemitério da Recoleta é um dos mais extraordinários do mundo, com mais de 6.400 grandiosos túmulos e mausoléus, parecidos com capelas góticas, templos gregos, grutas de contos de fadas e pequenas casas elegantes. O exclusivo cemitério é a parada final para as mais célebres, e controversas, figuras da história do país. Presidentes, intelectuais, generais do exército e artistas continuam atraindo multidões mesmo nos pós vida.

A arte tumular é magnífica e estão presentes nos cemitérios e traduzem a relação da família com seu ente querido enterrado com o objetivo de simbolizar o sentimento que uma família quis deixar a um ente querido. Abrangendo esculturas, inscrições, e até plantas, ela diz respeito a todo o conjunto de imagens que compõem as relações com a morte e a construção de memórias. Gastar no túmulo faz parte do processo de diferenciação social, especialmente quando se pretende prestígio para o nome da família. Assim tem acontecido desde que os cemitérios secularizados se erigiram.

Optou-se por falar sobre o Jazigo da família Duarte onde está depositado os restos mortais de Evita Peron. María Eva Duarte de Perón, mais conhecida apenas como Eva Perón, ou pelo apelido de Evita, foi uma política, ativista, atriz e filantropa argentina que foi primeira-dama da Argentina de junho de 1946 até sua morte em julho de 1952, como esposa do presidente argentino Juan Domingo Perón.


Placa Eva Perón (Photo: Mardetanha)Ninguém vai ao Cemitério da Recoleta e deixa de visitar o túmulo de Evita. Pelos padrões do cemitério, contudo, ele pode ser considerado até simples. Três anos após a sua morte de câncer em 1952, seu corpo foi removido pelos militares argentinos que depuseram seu marido, o presidente Juan Perón.

O corpo, em seguida, fez uma odisseia transatlântica por quase 20 anos antes de finalmente ser devolvido para o mausoléu da família Duarte no Cemitério da Recoleta. Os seus restos mortais estão em uma cripta a 5 metros de profundidade, extremamente fortificada para garantir que ninguém irá perturbar o sono eterno da mais amada e controversa primeira-dama da Argentina.


Minha visita  ao cemitério foi gratificante pois  a arte tumular me fascina em sua iconografia e iconologia.  Cada escultura de acordo com sua posição tem um significado, cada símbolo traz a sabedoria da ancestralidade, como coroas, flores, cruzes, livro aberto, anjos, mulheres, esquadro e compasso, leão, mãos, coroas, santos, ampulheta alada,  ovelha, etc. A Cidade dos Mortos é um Templo para a reflexão, sobre os ciclos do tempo, passado, presente e o futuro que registrará o óbito, a única certeza que temos na vida. A Cidade dos Mortos é uma Escola, o Professor é o inexorável Tempo que afirma que, nossa colheita será o que semearmos na jornada. Com a visita adquiri mais um conhecimento com a cultura da sociedade da Argentina, o que não vi em nenhum cemitério que visitei, a preocupação de resguardar seus mortos, com criptas subterrâneas, como de Evita Peron.

Sabe-se que com o passar do tempo a deterioração toma conta dos objetos, principalmente aqueles que estão expostos às intempéries do tempo. Com relação ao olhar de Conservadora lamentei, o descaso em alguns túmulos, principalmente os mais antigos. A deterioração pelo tempo na tipologia de metais, como ferro, latão, bronze e mármores usadas para construção e lápides é notória.

 

Viagem guiada pelo Cemitério La Recoleta

https://www.youtube.com/watch?v=QCYQr8-a1Jc














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