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sábado, 4 de fevereiro de 2023

PERCURSO CXXVIII - História da Cachoeira do Jarrão/Palhoça/SC

 

Esta Cachoeira está localizada em uma imponente montanha denominada Cambirela. Os primeiros habitantes destas terras, os Carijós, pertencentes à nação Tupi – Guarani, o chamavam de “Cambir- reya” – que significa “muitos seios ou dorsos empolados. Em seu artigo “Primórdios do Montanhismo em Santa Catarina”, Reginaldo Carvalho, montanhista e geógrafo, descreve que “também com os europeus, houveram os primeiros relatos e registros de ascensões, muitas vezes exploratórias e outras já com cunho montanhístico em Santa Catarina”. Neste contexto, não é difícil imaginar que o Cambirela foi visitado por grandes exploradores, certamente acompanhados pelos índios que habitavam estas terras (e eram profundos conhecedores das matas e das serras da região) com objetivo de mapear com mais detalhes a Ilha de Santa Catarina e seu entorno.

A montanha é considerada o ponto mais alto de Palhoça e seu cume tem a forma de triângulo. Sua altitude é de 1052 metros, o que o torna o ponto culminante do município e da região, destacando-se pelo fato de elevar-se praticamente a partir do nível do mar até mais de um quilometro de altura. Se desejar fazer escalar o Cambirela siga orientações: https://tudosobretrilhas.com.br/morro-do-cambirela/#:~:text=Essa%20aventura%20se%20chama%20Morro,mas%20o%20visual%20%C3%A9%20fant%C3%A1stico.

A montanha, registrou uma tragédia: Em 1949, mais precisamente na tarde chuvosa do dia 06 de junho, o avião Douglas, DC-3 C-47, do 2º Grupo de Transporte (2º GT) da Força Aérea Brasileira, o FAB matricula 2023, procedente do Rio de Janeiro com destino a Uruguaiana no Rio grande do Sul, depois de fazer escalas em São Paulo, Curitiba e Florianópolis, colidiu com a Serra do Cambirela, explodindo e matando os vinte e oito ocupantes (seis tripulantes e vinte e dois passageiros). Na época foi considerado o maior Desastre aeronáutico do Brasil. As equipes de busca levaram três dias para resgatar todos os corpos. Esta história será contada com muitos detalhes no livro, “O Último Voo do FAB 2023”, previsto para ser lançado em 2019, ano em que se completam 70 anos do acidente. Fonte: https://altamontanha.com/cambirela-fragmentos-de-sua-historia/#:~:text=O%20Cambirela%20sempre%20despertou%20a,muitos%20seios%20ou%20dorsos%20empolados.

O Cambirela voltou a ser notícia nacional, quando em 23 de julho de 2013 todo o maciço amanheceu coberto de neve. Na época o maciço do Cambirela chegou a ser chamado de “Alpes Catarinenses”. Um dos principais jornais do estado, o Diário Catarinense, escreveu: “O que aconteceu naquela terça-feira não é comum na Grande Florianópolis. Antes do lençol branco em cima do morro de mais de mil metros, não caía neve havia quase 30 anos no Cambirela”.

Para alcançar a cabeceira da Cachoeira do Jarrão são 3,8 km de caminhada, estacione seu veículo de transporte no Posto de Combustível Cambirela, no quilômetro 223 da BR 101, sentido Sul do Estado e fazer um trajeto a pé pela BR pelo acostamento da rodovia no sentido Sul, até ver um pequeno córrego. É onde você começa o caminho morro acima. Ao iniciar a trilha é caminhar sobre raízes, desviar de pedras enormes e da vegetação nativa, floresta ombrófila densa, ou seja, mata de grande umidade. O morro abriga diversas espécies de aves – como gavião, pica-pau, beija-flor e bem-te-vi – e mamíferos – cutia, serelepe (espécie de roedor parecido com o esquilo) e graxaim ou cachorro-do-mato são alguns dos mais comuns. Hoje o solo estava muito úmido e escorregadio, em virtude das fortes chuvas que vem ocorrendo em Palhoça.





















Cabeceira da Cachoeita Jarrão

Cume do Cambirela

Uma das entradas para a Cachoeira do Jarrão



quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

PERCURSO CXXVII - Casa de Literatura Catarinense Cruz e Sousa

 

Uma visita emocionante adentrar na casa de Literatura Catarinense Poeta Cruz e Sousa. Conheci sua história através de meu Trabalho de Conclusão de Curso como Museóloga em 2022, com seus desafios, por ser um homem negro e a prática do racismo estrutural pela sociedade da época. Outrossim, suas vitórias estão grafadas nos trabalhos literários que deixou como legado, patrimônio valioso, que será transmitido às próximas gerações. A casa de Literatura foi inaugurada pela Fundação Catarinense de Cultura em 30 de setembro de 2022, na Praça XV de Novembro nº 270 Centro-Florianópolis/SC. O espaço será usado para lançamentos de livros, sessões de autógrafos e saraus. Nas salas estão distribuídos painéis de caráter informativo sobre a vida do Poeta e acondicionadas obras de Cruz e Sousa e autores catarinenses à disposição, para leitura no ambiente e contará, evidentemente, a história de Cruz e Sousa. Em 12/01/2023 ocorreu o 1º Sarau Cisne Negro e como convidados estiveram presentes, poetas e escritores catarinenses bem como, sociedade local. O espaço físico é pequeno pois não está pronto o segundo andar, mas aconchegante e nos faz sentir mais próxima, a energia luminosa de Cruz e Sousa.
























segunda-feira, 14 de novembro de 2022

PERCURSO CXXVI - Vila São Miguel - Biguaçu/SC

A Vila de São Miguel, em Biguaçu-SC, foi criada em 1747. Foi capital provisória de Santa Catarina em 1778, no governo do Cel. Francisco Antonio de Veiga Cabral da Câmara. É considerada patrimônio pelo conjunto arquitetônico e paisagístico: Igreja, Aqueduto. Localização: Rod. Governador Mario Covas, s/n – Biguaçu-SC. Número do Processo: 810-T-1968. Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico: Inscr. nº 46, de 14/11/1969

Descrição: A freguesia de São Miguel foi criada em 1747. Em 1778, no governo do Coronel Francisco Antonio de Veiga Cabral da Câmara, São Miguel foi capital provisória de Santa Catarina. Em 1833 foi elevada à categoria de vila e em 16 de maio do mesmo ano foi emancipada. Com o decreto n. 183, de 22 de abril de 1894, São Miguel tornou-se definitivamente distrito de Biguaçu.

O conjunto edificado foi tombado em nível federal em 1969. Antes disso, pela Lei n. 12, de 15 de outubro de 1968, a casa colonial havia sido considerada de utilidade pública. Sob a tutela da Fundação Catarinense de Cultura, no casarão-sobrado foi instalado, o museu Casa dos Açores, aberto à visitação pública em março de 1979. 


Igreja São Miguel e Cemitério São Miguel

Construção de grande porte, incomum para os padrões catarinenses, com sacristia lateral. Em 23 de janeiro de 1751 foi inaugurada a igreja de São Miguel Arcanjo. A provisão que nomeia o primeiro vigário, Padre Domingos Pereira Machado, para a freguesia de São Miguel é de 8 de fevereiro de 1752. Há hipótese de que a igreja atual seria ampliação da antiga, erguida na primeira metade do século XVIII; a capela-mor de hoje seria a nave original. A sacristia apresenta grossas paredes em alvenaria de pedra e requadros de madeira; ocupa toda uma lateral da capela-mor. No altar-mor há uma imagem do Arcanjo Miguel, obra do século XVIII, além de outras peças e alfaias. Possui um sino doado em 1845 pelo Imperador Dom Pedro II durante sua visita à Santa Catarina. Na mesma época foi edificado na lateral da Igreja o Cemitério Municipal São Miguel.

Panorama 360 graus 1 -  https://www.google.com.br/maps/@-27.4571593,-48.6377352,3a,90y,222.21h,114.85t/data=!3m8!1e1!3m6!1sAF1QipNS_i9sK1jzj8Dl9HrGVdJORRuR4PiYLQe5_kNu!2e10!3e11!6shttps:%2F%2Flh5.googleusercontent.com%2Fp%2FAF1QipNS_i9sK1jzj8Dl9HrGVdJORRuR4PiYLQe5_kNu%3Dw203-h100-k-no-pi-0-ya188.30237-ro-0-fo100!7i4608!8i1677

Panorama 360 graus 2 - https://www.google.com.br/maps/@-27.4570165,-48.6378855,3a,15y,180h,90t/data=!3m8!1e1!3m6!1sAF1QipOQmRlR1u71yqYS_WdW0af6rdskZwcQh2s1w-4V!2e10!3e11!6shttps:%2F%2Flh5.googleusercontent.com%2Fp%2FAF1QipOQmRlR1u71yqYS_WdW0af6rdskZwcQh2s1w-4V%3Dw203-h100-k-no-pi0-ya310.84375-ro-0-fo100!7i8192!8i4096














Arqueduto

Foi construído em alvenaria de pedra argamassada. O Aqueduto pode ser encontrado na Rua Maria Albertina Coan, no Balneário São Miguel (marginal da rodovia BR-101), a 7 km do centro de Biguaçu. Sua construção possui influência romana, edificado em pedra e argamassa por escravos, no século XIX, de grande importância para a região. A primeira construção do Aqueduto foi feita em madeira. Era utilizado para canalizar a água da Cachoeira de São Miguel com a finalidade de abastecer com água potável os moradores da região, mover os engenhos ali existentes e, ainda, os navios estrangeiros que aportavam na Baía de Anhatomirim, rumo ao sul. Com a construção da rodovia BR-101 foram demolidos os arcos, e hoje restam apenas quatro para ilustração do atrativo. Foi tombado pelo serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 14 de novembro de 1969. (sob o nº. 46, através do processo nº. 810-T-68), e compõe o Conjunto luso-açoriano, junto com a Igreja de São Miguel e a Casa dos Açores (Museu Etnográfico).

Surgiu um questionamento. Quem permitiu a construção do Restaurante Aqueduto em um local tombado como Patrimônio Histórico? Após intensa pesquisa encontrei a resposta no G1.

“Além da história da comunidade colonizada pelos portugueses, das praias e cachoeira, a região se destaca pelos restaurantes especializados em frutos do mar e que preservam a tradição da culinária açoriana nos seus pratos. a Prefeitura e os proprietários desses estabelecimentos lançaram em 2014 o projeto “Rota Gastronômica”, sancionada pelo prefeito da época, José Castelo Deschamps e é formada por sete restaurantes: Restaurante Aqueduto, Bucaneiro, Casa do Peixe, Marina 3 Mares, Miramar, Peixe Frito e Sombrero. Leia mais em: https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/especial-publicitario/prefeitura-municipal-de-biguacu/biguacu-linda-de-viver/noticia/rota-gastronomica-de-sao-miguel-culinaria-especializada-em-frutos-do-mar-numa-regiao-cercada-de-historia-e-belezas-naturais.ghtml
















Sobrado

Casa dos Açores. Suas dimensões (17 metros de frente e laterais de 16,5 m) lhe dão um formato quadrado. As janelas são em guilhotina. Uma portada define o acesso principal. O sobrado é usado como sede do museu etnográfico Casa dos Açores, além de Posto de Informações Turísticas. De acordo com o Administrador Valmir Martins Pereira o sobrado foi construído na primeira metade do século XIX pelo fazendeiro e senhor dos escravos. Posteriormente foi adquirido por Manoel Joaquim Madeira que o reformou e em 1878 foi adquirido pelo Governo do Estado de Santa Catarina que o restaurou e transformou em Museu Etnográfico – A Casa dos Açores, inaugurado em 04/03/1979 é uma instituição da Fundação Catarinense de Cultura e destina-se à preservação e ao estudo da Cultura Açoriana. Não visitei o Museu como profissional Conservadora e Museóloga, mas observou-se a urgente necessidade da conservação preventiva, pois possui paredes com degradação, o que pode trazer sérios prejuízos para as coleções existentes.

























































Vila Indígena


A Aldeia Indígena M’Guarani surgiu em 12 de outubro de 1987, situa-se às margens da Rodovia BR101, em São Miguel. A tribo é chamada de Guarani Mbyás, que na língua Guarani significa gente. A aldeia possui superfície de 59 hectares e foi homologada como reserva indígena pelo governo federal em 05 de maio de 2003. Conta com uma Escola Indígena Guarani Yynn Moroti Whera (água branca brilhante), na qual os alunos formam um coral que é requisitado para se apresentar em vários eventos. Outra atividade desenvolvida pela escola é a educação ambiental, realizada em meio a uma trilha ecológica monitorada por guia local capacitado. Tais atividades podem ser realizadas por visitantes interessados mediante agendamento. No quesito artesanato, os índios confeccionam diversas peças, como por exemplo, animais em madeira, colares com semente de açaí e outras sementes, cestos em bambu (miolo) e cipó, instrumentos musicais em madeira, cachimbo, arco e flecha. Esses utensílios podem ser encontrados na Casa de Artesanato Indígena.



 

Fontes:

UDESC – http://www.ipatrimonio.org/wp-content/uploads/2017/07/ipatrimonio-biguacu-Conjunto-arquitetonico-e-paisagistico-da-Vila-de-Sao-Miguel-Fonte-UDESC.pdf

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - http://www.ipatrimonio.org/biguacu-conjunto-arquitetonico-e-paisagistico-da-vila-de-sao-miguel/#!/map=38329&loc=-27.457075999999986,-48.637976999999985,17

GERENT. André – TCC - SÃO MIGUEL DA TERRA FIRME: PATRIMÔNIO HISTÓRICO E PAISAGEM - file:///C:/Users/Micro/Downloads/TCC%201%20Andr%C3%A9%20Gerent.pdf

https://guiasc.tur.br/index/detalhe/codEquipamento/3746/municipio/36

http://biguacu.biguasite.com.br/aqueduto-de-biguacu/

http://biguacu.biguasite.com.br/aqueduto-de-biguacu/

Aldeia Indígena

https://www.google.com/search?q=Aldeia+Ind%C3%ADgena+M%E2%80%99Guarani/Bigua%C3%A7u&rlz=1C1GCEA_enBR974BR974&sxsrf=ALiCzsYsdubk4A8KK1sL15hv_d6LC2_tMQ:1668440210395&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwiw6MaQgK77AhUjA9QKHaK4BTIQ_AUoA3oECAEQBQ&biw=1360&bih=625&dpr=1